Será lançada hoje, às 17h, na Câmara dos Deputados, a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Petrobras. De acordo com o deputado Davidson Magalhães (PCdoB-BA), articulador e presidente do colegiado, o objetivo principal da frente é tentar separar duas pautas: a referente à apuração dos crimes de corrupção e a empresa em si. “A Petrobras não se confunde com corrupção e é um símbolo nacional. Queremos levantar no Congresso, além do debate sobre Operação Lava Jato e apurações sobre denúncias, que existe uma outra Petrobras que não é necessariamente a empresa envolvida nesses escândalos”, diz Magalhães.
O parlamentar acredita que o Congresso e a sociedade precisam reagir contra tentativas de “esquartejar” a petroleira brasileira, que significa vender partes da companhia, prejudicando seu caráter vertical.
A frente promoverá uma mobilização interna, no Congresso, para tentar barrar iniciativas de quebrar o regime de partilha, adotado na área do pré-sal, e também propostas de privatização.
Outro movimento é fazer mobilizações fora do Parlamento. Os membros da frente pretendem aprofundar articulações com movimentos sociais, dialogar com a presidência e a direção da Petrobras, com a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e com a Agência Nacional do Petróleo, para monitorar os impactos da crise na indústria. Os parlamentares têm a intenção de “mobilizar a classe política, principalmente os governadores, que são os mais afetados pela redução das atividades da Petrobras”, diz Magalhães.
Magalhães lembra que há setores influentes que não disfarçam intenção de privatizar atividades da Petrobras, “que hoje é uma empresa verticalizada, do poço ao posto”.